11 rácios financeiros que todos os gestores de retalho devem conhecer


Já se perguntou quais são os rácios financeiros que todos os gestores de retalho devem conhecer?

Bom, antes disso, lembre-se que fazer com que o cliente compre o seu produto deverá ser o (seu) objetivo. Para isso, é importante dar-lhe uma boa razão para isso. Assim, e em primeiro lugar, conhecer o consumidor dar-lhe-á vantagem face aos seus concorrentes. E para o conhecer bem, deverá ter a capacidade de recolher e (mais importante ainda), saber interpretar os dados que tem à sua disposição.

 

Por isso, é muito importante que um Gestor de Retalho esteja ciente da influência que a análise dos principais rácios financeiros tem para o seu negócio. Não que, por si só, essa análise conduza a organização para um patamar de resultados mais elevado. À análise deve sempre seguir-se um plano de ação, e uma ação concreta para que esse KPI seja melhorado. Além disso, deve ainda ter a capacidade de perceber qual o impacto dessa(s) medida(s) nos resultados globais da empresa.

 


Rendibilidade dos Capitais Próprios (Efeito da atividade de exploração e financeira)

Este indicador permite medir a rendibilidade dos Capitais investidos. Ele é muito utilizado para comparar a rendibilidade do mercado de capitais, ou seja, perceber se o investimento no mercado de capitais traria ao investidor maior retorno ou não.

 

Rendibilidade dos capitais Próprios = Resultados Líquidos / Capital Próprio


Rendibilidade do Ativo (Rendibilidade Económica)

A Rendibilidade do Ativo também é conhecida como taxa de retorno dos capitais investidos, ou seja, a capacidade do Ativo da empresa gerar lucros. Em resumo, avalia o desempenho dos capitais totais investidos na empresa.

 

Rendibilidade do Ativo = Resultados Líquidos / Ativo Total Líquido

Ou

Rendibilidade do Ativo (ROI) = Resultados antes de juros e impostos / Ativo Líquido Total


Rendibilidade das Vendas

Este rácio mostra a rendibilidade da empresa após serem apurados todos os gastos inerentes à exploração. Genericamente, mostra o contributo de cada venda para o resultado do exercício.

 

Rendibilidade das Vendas = Resultado da Exploração / Volume de Negócios


Margem EBITDA

O EBITDA é a sigla inglesa para “Earnings Before Interests, Tax, Depreciation and Amortization” (em português, Lucro antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização). Este rácio ajuda a ter uma perspetiva de rendibilidade da empresa, não considerando os financiamentos, as amortizações e provisões e impostos sobre os lucros.

Não incluindo as despesas com depreciação e amortização faz com que a Margem EBITDA pode ser vista como uma aproximação do fluxo de caixa (e não do lucro) da empresa, antes de descontar despesas financeiras ou impostos.

 

Margem EBITDA = EBITDA / Volume de Negócios


Autonomia Financeira

Este rácio permite avaliar a forma de financiamento da empresa, ou seja, se se financia por Capitais Próprios ou Capitais Alheios. Permite ainda avaliar a capacidade que a empresa tem para responder às suas responsabilidades de médio e longo prazo (avaliando o risco de insolvência).

O seu resultado varia entre o 0 e o 1. Um valor baixo mostra uma grande dependência da empresa em relação aos credores, o que, para além dos riscos inerentes, é desvantajosa na negociação de novos financiamentos.

Por outro lado, um resultado próximo de 1, indica uma reduzida dependência da empresa a Capitais Alheios, refletindo-se em valores mais baixos de encargos financeiros.

 

Autonomia Financeira = Capital Próprio / Ativo Total Líquido


Solvabilidade

A Solvabilidade avalia a capacidade da empresa em fazer face aos compromissos assumidos, ao mesmo tempo que avalia o risco, por parte dos credores, no que diz respeito a futuros compromissos.

O indicador com valor 1 indica que o Capital Próprio da empresa é idêntico ao valor do seu passivo. Isto significa que dispõe de capitais suficientes para cobrir todos os créditos obtidos.

Se este indicador se situar abaixo dos 0,5, indica uma grande dependência da empresa face aos seus credores, o que significa dizer que a empresa tem uma elevada fragilidade económico-financeira e um grande risco para os seus credores.

Quanto maior o seu valor, maior é a independência da empresa face às responsabilidades assumidas, pelo que cria uma maior segurança aos seus credores caso ocorra a sua liquidação ou dissolução.

 

Solvabilidade = Capital Próprio / Passivo


Endividamento

O Endividamento é medido pelo peso dos Capitais Alheios face ao seu Ativo e/ou Capital. Desta forma, permite avaliar o risco associado à empresa.

 

Endividamento = Passivo Financeiro / (Capital Próprio + Passivo Financeiro)


Debt-to-Equity

O Debt-to-Equity é usualmente utilizado para analisar a relação entre as dívidas e os Capitais Próprios.

 

Debt-to-Equity = Passivo Financeiro / Capitais Próprios


Liquidez Geral

A Liquidez Geral é o rácio que permite comparar a capacidade da empresa em realizar liquidez, excetuando o Ativo Fixo, com as dívidas exigíveis no curto prazo, ou seja, a sua capacidade de pagar o Passivo de curto prazo com o seu Ativo de curto prazo.

 

Liquidez Geral = Ativo Circulante / Passivo de Curto Prazo


Liquidez Reduzida

A Liquidez Reduzida indica qual a capacidade de a empresa solver os seus compromissos de curto prazo, mediante as suas disponibilidades e créditos sobre terceiros, tendo em consideração que nem todos os Ativos correntes (de curto prazo) são facilmente transformados em disponibilidades.

A diferença para o rácio anterior prende-se com o fato de permitir verificar o efeito do peso das existências (stocks) nos Capitais Circulantes.

 

Liquidez Reduzida = (Ativo Circulante – Existências) / Passivo de Curto Prazo


Liquidez Imediata

A Liquidez Imediata avalia a capacidade da empresa solver os seus compromissos de curto prazo com as disponibilidades existentes, e o seu valor ideal depende das necessidades de tesouraria inerentes à atividade de cada empresa.

 

Liquidez Imediata = Disponibilidades / Passivo de Curto Prazo


Este excerto faz parte do livro “Gestão de Produto – do planeamento ao consumidor